Lalique


Bravo e agreste emaranhado ao sol das cigarras, Lalique suspenso de libélulas, gravetos de memórias, eternos palimpsestos. Regresso sempre a tempo, esperai contra os ventos.

Obra


Visão imposta, quis ver em ti um Rothko. Desenhei-te, imobilizando sobre ti debruçado, infinito. Do teu sinistro fiz sublime, deves-me uma, coisa ruim, estrondosa.

Quero que Saibas


Vejo-te, pai, ao ver-me. Vejo-nos e tenho-nos inscritos em mim. A tua mão grande na minha pequena, a tua voz séria na minha gargalhada. Quero ser alto como tu e correr como corres. Um espelho que é nada tudo diz. Espírito matéria, espectro corpóreo. A minha lente de monóculo tudo amplia eternamente à tua procura, tudo sinto num raio de sol quente à lupa. Quero que saibas.